Decreto de Excomunhão

 

BENEDICTVS EPISCOPVS,
SERVVS SERVORVM DEI

A todos que leem esta DECRETO, paz e bênção por parte de nosso Senhor.

“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus operários, guardai-vos dos falsos circuncidados. Porque nós é que somos os circuncidados, pois que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, sem nos lisonjearmos de alguma vantagem carnal” (Fl. 3, 2-3) (...) “e assim vos rogo eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como convém à vocação, com que haveis sido chamados, com toda humildade, e mansidão, com paciência, sofrendo-vos uns aos outros em caridade. ” (Ef. 4, 1-2). É assim, procurando cuidar de nosso redil, que proclamamos estas letras de eterna memória. O Senhor nos delegara um preceito: “para que vades e deis fruto, e que o vosso fruto permaneça, para que tudo quanto vós pedirdes a meu Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. ” (Jo. 15, 16). Deste modo, a permanência dos frutos é sinal concreto de que há união com a videira verdadeira (Jo. 15, 4-5), assim como como exemplo da união com seu corpo temporal que é a Igreja: santa, uma, católica e apostólica. Todo aquele que não ajunta, dispersa (Cf. Mt. 12, 30) e, como palha, será reunido e extirpado (Cf. Mt. 3, 12). É nesse sentido que estas letras se encaminham, à descrição, à admoestação e à proclamação para o bem da Igreja, pois o fim de todas as coisas é bem, sendo esta uma obrigação moral. Seguindo, pois os fatos, vicissitudes e necessidades dos tempos, endereçamos estas letras àqueles devidos, são eles:

- Miguel Dolezzio;
- Newton Goulart e Silva Ribeiro;
- Vicenzo Pecci;
- Karol Rose;
- Leonardo Teixeira;
- Piccolomini d’Aurillac;
- Bernardo Soares Vieira;

A Igreja de Cristo, militante e triunfante, segue com sua missão de proclamar a mensagem de Cristo. Assim, a Igreja temporal se constitui de um organismo com fim último na máxima do Salvador da missão universal: “Ide, pois, e ensinai todas as gentes: batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos tenho mandado, e estais certos de que eu estou convosco todos os dias, até à consumação do século” (Mt. 28, 19-20). Assim, a Igreja estabelecida no Habbo tem o mesmo fim (Cf., Bento III, Const. Conc. Iudicum Ecclesia Pastoris), e qualquer outra situação alheia ao fim primeiro é de caráter secundário ante ao chamado que se é proposto. No entanto, há desvirtuações que são impostas por circunstâncias que resultam, por fim, no desprezo do magistério da Igreja, no desprezo da Sagrada Escritura e da tradição. Porém, “nem se deve crer que os ensinamentos das encíclicas não exijam, por si, assentimento, sob alegação de que os sumos pontífices não exercem nelas o supremo poder de seu magistério. ” (Pio XII, Humani Generis, 20). Dessa forma, os ensinamentos da Igreja no Habbo seguem este escopo de obediência e necessidade de confluência à verdade, à obediência e à paz.

Também é de grande expressão no seio da Mãe Igreja as admoestações que preservam a fé e relembram bases de firmamento da Igreja, como a obediência (Cf. Leão XIII, Militantis Ecclesiae, 21) e a necessidade da santidade e do ensino (Cf. S. Pio X, Haerent Animo). Paralelamente, não são poucas as vezes que a Igreja no Habbo se debruçara sobre estas questões. Mais recentemente, a encíclica Obedientia et Pax proclamara que a “obediência não é uma virtude que se ganha do nada, pelo contrário, ela é adquirida na vivência diária, no esforço e na oração em busca por humildade. ” (Bento V, Obedientia et Pax, 18). Assim, se confirma a necessidade de estrita e solene experiência de submissão que diz São Pio X:  “que a reverência e a obediência sejam perenes e sinceras em vós, prometidas com rito solene àqueles a quem o Espírito Divino constituiu governantes da Igreja; e, acima de tudo, que a homenagem com toda a justiça devida a esta Sé Apostólica a ela junte cada dia mais de perto as vossas mentes e os vossos corações. ” (São Pio X, Haerent Animo, 31). É por amor que a Igreja segue em sua caminhada, em amor à missão, às ovelhas e à justiça temporal e divina que não cessamos de proclamar acerca da necessidade de assemelhar-se ao Cristo, manso e obediente.

Por sua íntima natureza, a Igreja anuncia, celebra e serve constantemente (Cf. Bento XVI, Deus Caritas Est, 25), e assim vive-se e segue a missão da Igreja admoestadora. Desgraçadamente, com todos os seus esforços, não foi possível a alguns irmãos o devido ordenamento. Por um relaxamento hodierno e pela ignorância da religião, muitos se tornaram desditosos e com sua “sabedoria”, procuraram situações que os aprazessem, cegando o coração (Cf. Ef. 4, 18-19), e por muito que não quisessem, fizeram-se insipientes. A Escritura admoesta: “não sejais imprudentes, mas entendei qual é a vontade de Deus. ” (Ef. 5, 17), muitos vedaram-se esta obrigação e agora preferem outros caminhos.

E é esta a situação dos senhores supracitados: com o transcurso de tempo, estes senhores afastaram-se da obediência à Igreja, tão requerida conforme o exposto. Deixando situações particulares e isoladas prevalecerem ao bonum honestum de toda ação bem guiada, estes senhores procuraram perverter os seus e ir contra a autoridade e validade da Igreja presente no Habbo. Nesse intuito, os referidos senhores seguiram-se a outro hotel e lá criaram a sua “igreja”, tais como muitos já o fizeram. E nós, enquanto mãe e mestre dos cristãos, procuramos admoestar com simplicidade conforme o exemplo dos santos, da tradição da Igreja, da Escritura e do Magistério. “Eles tomaram muito cuidado em pregar aos povos ignorantes coisas que são simples e inteligíveis, não sublimes e árduas. ” (S. Gregório Magno, Moral., I. XVII, cap. 26). Deve-se ter em mente que é prerrogativa deste poder também punir justamente, “Tens filhos? Ensina-os bem, e acostuma-os à sujeição desde a sua meninice. Tens filhas? Conserva a pureza dos seus corpos, e não mostres para elas o teu rosto risonho. ” (Eclo. 7, 25-26). É assim que direcionamos nossa admoestação aqui: deve-se tornar à obediência e à submissão para que se receba a graça e possa-se infundir novamente a Unidade.

O Senhor prometera pastores segundo o seu coração, que governariam com ciência e com doutrina (Cf. Is. 3, 14-16). Tendo enviado o Bom Pastor, o Senhor cumprira a sua promessa – enviou o seu filho ao serviço (Cf. Mt. 20, 28), e ele se imolou por nós. Hoje, o Bom Pastor nos guia, e nós, pastores temporais e noiva do Senhor, devemos imitá-lo. São Clemente de Alexandria recorda que “a bondade que Ele tem por aqueles que receberam a fé é constante e inalterável. As reprimendas que Ele dirige aos pecadores lhes são muito úteis: <<Porque eu vos chamei, e nós não quisestes ouvir-me, estendi a minha mão, e não houve quem olhasse para mim>>. ” (Clemente de Alexandria, O Pedagogo, IX, p. 97). Assim também nós seguimos o caminho da paz, amor e justiça.

Nesta qualidade, entendemos que os referidos irmãos atentaram contra a Igreja e falharam em sua missão, tornando-se filhos apóstatas, nas palavras do profeta (Cf. Is. 3, 14). Por isso os repreendemos, suscitando os dizeres do Apóstolo, que diz, “caminhemos como de dia, honestamente: não em glutonarias e borracheiras, não em desonestidades e dissoluções, não em contendas e emulações, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo...” (Cf. Rm. 13, 13-14). Fazemos isto para que saibam da real missão da Igreja, que não é um escuso e tolo projeto de poder, nem confluência à interesses de particulares em meio a uma comunidade virtual. A Igreja serve, milita e triunfa e tem a especial missão do anúncio evangélico do Senhor.

De igual modo direcionamos estas admoestações a todos aqueles que se sentirem impelidos ou persuadidos frente às palavras e discursos que obnubilam a verdade da Igreja, do serviço e da justiça. A estes ainda acrescentamos que a parcimônia é a chave que fortalece a fé, pois ela é que ordena que se “produza uma obra feita” (Cf. Tg. 1, 4). Assim como a perfeição do Bom Pastor chama a todos a sua perfeição, a paciência, a perseverança se tornam virtudes que se complementam aos dons que glorificam a Deus, frutos maduros e permanentes.

Por fim, CONFIRMAMOS a excomunhão latae sententiae dos supracitados apóstatas, bem como DECLARAMOS e DECRETAMOS a expulsão e cessar de todos o convívio, colóquio ou atividade que venha a concernir a estes homens. Por suas excomunhões ipso facto por atentado à unidade da Igreja, estes homens devem ser excluídos de todo o convívio eclesial e devem ser cessadas todas as comunicações dentro do Hotel ou fora dele quanto à situações e momentos que digam respeito à Santa Igreja Católica Apostólica Romana presente no Habbo Hotel. Na suspeita de alguma atividade ou contato com estes senhores, os clérigos envolvidos serão afastados até a conclusão do processo, e se se dando pela culpabilidade dos réus, receberão esta mesma pena.

Possam Nossa Senhora dos Anjos estender seu manto protetor sobre a Igreja, e os santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael defender a noiva do Senhor de todas as setas do mal inflamadas de desatino, insubserviência e desamor. Sem mais, rogamos a Deus que possa voltar-se com piedade e graça do Paráclito para que nosso trabalho seja continuado com diligência e perpétua memória, assim como nosso respeito e comunhão.

PUBLIQUE-SE, CUMPRA-SE, ARQUIVE-SE.
 
Dado em passado em Roma, no tempo do Natal do Senhor, aos vinte e cinco dias do mês de dezembro do Ano do Senhor de dois mil e vinte, primeiro ano de nosso pontificado.  

Benedictus, Pp. V
Pontifex Maximus

Eu o subscrevi,
D. Giuseppe Maria D' Médici Cardeal Betori,

Decano do Tribunal da Rota Romana


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At.C 46/2020

Prot. 55/2020

Livro III da Cúria Diocesana


Com cópia autorizada do domínio de internet da Santa Sé; dado e passado em nossa Cúria Diocesana do Tabosa, aos 26 de dezembro de 2020, Festa do Martírio de Santo Estêvão, sob o nosso sinal e selo de nossas armas.



Eu o subscrevi,